Os mísseis britânicos Storm Shadow foram usados por Volodymyr Zelensky para atacar uma importante fábrica de produtos químicos de produção de pólvora no sul da Rússia.
A utilização de mísseis fornecidos pelos britânicos na região russa de Bryansk provavelmente atrairá a condenação do governo de Vladimir Putin.
“Foi realizado um enorme ataque combinado de mísseis e ar, incluindo o uso de mísseis Storm Shadow lançados do ar, que penetraram com sucesso as defesas aéreas russas”, disse o Estado-Maior da Ucrânia em comunicado na terça-feira.
“A empresa produz pólvora, explosivos e combustível para foguetes, especialmente para munições e mísseis usados pelo inimigo para disparar contra o território ucraniano”, disseram os militares.
O governo britânico aprovou no ano passado a utilização de mísseis Storm Shadow pelas forças ucranianas em operações em território russo, tendo o primeiro ataque conhecido ocorrido em Novembro.
A planta foi descrita pelo Estado-Maior da UcrâniaUma “instalação chave” produz pólvora, explosivos e combustível para foguetes e disse que os danos causados pela operação estão sendo avaliados.
Imagens nas redes sociais afirmavam que a instalação estava em chamas.
A Força Aérea, o Exército e outras unidades da Ucrânia realizaram o ataque.
Volodymyr Zelenskyy usou mísseis britânicos Storm Shadow para atingir uma fábrica de pólvora russa

Fotos nas redes sociais alegaram que estava pegando fogo na instalação
Os militares disseram que os resultados do ataque estavam sendo avaliados.
O míssil Storm Shadow tem um alcance de 155-349 milhas e está equipado com sistemas de navegação avançados para atingir alvos críticos.
A Ucrânia já usou o Storm Shadow para atacar alvos em Bryansk e Kursk, na Rússia, bem como na Crimeia ocupada pela Rússia.
O último ataque ocorre no mesmo dia em que o Presidente Zelensky afirmou que o ataque de longo alcance da Ucrânia à Rússia “poderia conter a chave essencial para a paz”.
Isso ocorre depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou os planos de uma reunião rápida com o líder russo Vladimir Putin.
A reunião foi anunciada na semana passada e estava programada para acontecer em Budapeste, Hungria, num futuro próximo.
No entanto, a ideia foi arquivada após uma ligação entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, segundo o funcionário, que não estava autorizado a falar publicamente e falou sob condição de anonimato.
A decisão de cancelar a reunião entre Trump e Putin deverá confortar os líderes europeus, que acusaram Putin de ganhar tempo com a diplomacia enquanto tenta ganhar terreno no campo de batalha.

Os líderes – incluindo o primeiro-ministro britânico, o presidente francês e a chanceler alemã – disseram que se opõem a qualquer pressão sobre a Ucrânia para entregar terras ocupadas pelas forças russas em troca de paz, como Trump por vezes sugeriu.
Planeiam avançar com planos de utilizar milhares de milhões de dólares em activos russos congelados para ajudar a financiar o esforço de guerra da Ucrânia, apesar de alguma confusão sobre a legalidade e as consequências de tal medida.
Trump ainda não comentou publicamente a mudança nos planos para o encontro com Putin.
Eles já se encontraram no Alasca, em agosto, mas o encontro não conseguiu avançar nos esforços paralisados de Trump para acabar com a guerra que começou há quase quatro anos.
O Kremlin não parece ter pressa em reunir Trump e Putin novamente. O porta-voz Dmitry Peskov disse na terça-feira que “é necessária preparação, uma preparação séria” antes da reunião.
Zelensky está a tentar fortalecer a posição da Ucrânia pedindo aos Estados Unidos mísseis Tomahawk de longo alcance, embora Trump esteja confuso sobre se os deve entregar.
“Temos que acabar com esta guerra, e só a pressão levará à paz”, disse Zelensky numa mensagem no Telegram na terça-feira.
Ele observou que Putin voltou à diplomacia e ligou para Trump na semana passada quando parecia que os mísseis Tomahawk eram uma possibilidade.
Mas “assim que a pressão diminuiu um pouco, os russos começaram a tentar abandonar a diplomacia, suspender o diálogo”, disse Zelensky.